sábado, maio 26, 2007

Busto Branco Napoleão (Parte II)

O rapaz aproximou-se do monumento e pensou, "o que faço em frente a tamanha peça de arte?". A questão foi esta, mas poderia ser outra qualquer. O momento seria oportuno à confraternização divina. Os Deuses e as entidades mitológicas estariam neste momento a conspirar uma envolvente instanciada numa fracção de segundo, quando se relativa à idade do Universo. No entanto esta fracção cabia e preenchia toda a realidade daquele individuo que se deparava com uma peça divina e superior do ponto de vista técnico, representativo e espiritual. Seria um tesouro? Ou um sinal? As questões poder-se-iam repetir sem que nada deixasse de fazer sentido. A realidade está propicia à histeria, ao adorno criativo, quiçá a uma tentativa convicta de superação humana. Os sentimentos não podem ser comparados ou descritos. É neste plano que vos conto a minha incapacidade artística em retratar a dimensão em que caiu aquele rapaz. A peça retratava a figura sóbria e iluminada de "Busto Branco de Napoleão". Angélico na forma, superior, com uma áurea azul que caminha vindo do sol. Renascentista e ao mesmo tempo inspirador. Tinha inscrito e cravado de forma imortal o seu nome.
Na tentativa de encarar Busto o rapaz pergunta de forma inapropriada e desarticulada: "Busto Branco de Napoleão... quem és tu?". Simultaneamente Busto responde com uma voz abrangente: "Busto Branco Napoleão o Caralho! Tu queres é que eu te vá ao CÚ!"

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