sábado, outubro 07, 2006

Inquietude

Inquietude. Como não consegui falar, gritei... gritei até me estalarem os ouvidos, até deixar de ver, de saborear, de sentir! Simplesmente foi até deixar de me aperceber que existia. Na sombra que a escuridão provoca, rasguei veredas numa busca incessante pelas interrogações. Preso, o tempo tenta fugir-me da mão, mas depressa consegui amordaçar todos os segundos que faltavam. Novos devaneios líricos e exaltações espirituais tomaram posse de mim, tomando o meu corpo como lar, raptando a minha alma como asilo, apoderando-se do meu pensamento... Agora que tudo se consumiu, agora que foi tudo uma questão um mero pretérito, volto a não conseguir falar. Não falo mas grito num tom inaudível, para que ninguém ouça e perceba o que é apenas inquietude. Sim, inquietude!


2 comentários:

Ovelha disse...

A inquietude que falas pode ser comparada a um excesso de sentimento, um delírio muito comum em almas susceptiveis à inquietação intelectual.
No entanto eu admito o que penso de ti amigo neto. Provavelmente possuis o dom criador. Para mim serás uma exaltação inventiva ou geradora que facilmente se motiva a sustentar, amamentar, fundar, estabelecer, promover, imaginar.

Espero que soltes a tua liberdade conosco. Nós daremos valor ao teu ser.

Ovelha disse...

Eu diria que a inquietude é e será sempre um motor à evolução natural das sociedades racionais. Diria ao mesmo tempo que quem tem o dom de inquietude será por ventura um ser consciente em qualquer assunto e que procura desenvolver uma opinião/atitude pró activa para com o meio envolvente.
Não estudei a etimologia do termo. Intuitivamente possuo-o esta relação cognitiva com um conceito susceptível de enquadramento contextual e evoluções sociológicas.