segunda-feira, dezembro 03, 2007

O Funil da Vida

Caros companheiros desta estrada que é a vida. Permitam-me esta aproximação paternalista e filosófica para ajudar na introdução de um assunto delicado que tenho, felizmente ou infelizmente, pensado ao longo destes últimos meses de trabalho. Devo confessar que o café de hoje com o meu colega e amigo Nabais me ajudou a formular uma teoria baseada naquilo que se passa ao longo da vida das pessoas sem que elas se apercebam de forma activa.

Apercebi-me, caros companheiros, que afinal nós vivemos todos dentro de um grande funil. À medida que avançamos nele vamos obtendo coisas, ganhando novos objectivos, vencendo batalhas e ao mesmo tempo vamos ganhando o medo de arriscar porque podemos perder tudo o que ganhamos. Este medo faz com que o nosso caminho fique mais estreito como se pode ver pela análise da seguinte figura.

O estreitar do caminho traz-nos menos graus de liberdade, menos criatividade, menos imprevisibilidade, mais responsabilidades e consequentemente menos tempo para vivermos de forma harmoniosa e livre como seres racionais e livres que somos. As obrigações e as conquistas vão tornando o ser humano escravo em manter a sua condição que foi criada muito por culpa das pressões que a sociedade lhe impõe sob a forma de valores (coisa típica das civilizações ditas evoluidas).

Venho por este meio alertar aqueles que, como eu, ainda se encontram no topo do funil. A estes espero que sigam o seu caminho com sentido critico. Com sentido de liberdade e ao mesmo tempo de responsabilidade. Acima de tudo peço-vos que não tenham medo de arriscar. O funil é tudo o que nos resta se vivermos uma vida regular e sem surpresas.


Miguel Malato - 3/12/2007

domingo, julho 15, 2007

O que mais dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma. Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros.

Mia Couto

quinta-feira, junho 07, 2007

O Coelhinho Drogado

Era uma vez um coelhinho que andava a passear no campo quando viu dois elefantes. Ao cruzarem-se começaram a falar. O resumo do diálogo entrontra-se em anexo


sábado, maio 26, 2007

Busto Branco Napoleão (Parte II)

O rapaz aproximou-se do monumento e pensou, "o que faço em frente a tamanha peça de arte?". A questão foi esta, mas poderia ser outra qualquer. O momento seria oportuno à confraternização divina. Os Deuses e as entidades mitológicas estariam neste momento a conspirar uma envolvente instanciada numa fracção de segundo, quando se relativa à idade do Universo. No entanto esta fracção cabia e preenchia toda a realidade daquele individuo que se deparava com uma peça divina e superior do ponto de vista técnico, representativo e espiritual. Seria um tesouro? Ou um sinal? As questões poder-se-iam repetir sem que nada deixasse de fazer sentido. A realidade está propicia à histeria, ao adorno criativo, quiçá a uma tentativa convicta de superação humana. Os sentimentos não podem ser comparados ou descritos. É neste plano que vos conto a minha incapacidade artística em retratar a dimensão em que caiu aquele rapaz. A peça retratava a figura sóbria e iluminada de "Busto Branco de Napoleão". Angélico na forma, superior, com uma áurea azul que caminha vindo do sol. Renascentista e ao mesmo tempo inspirador. Tinha inscrito e cravado de forma imortal o seu nome.
Na tentativa de encarar Busto o rapaz pergunta de forma inapropriada e desarticulada: "Busto Branco de Napoleão... quem és tu?". Simultaneamente Busto responde com uma voz abrangente: "Busto Branco Napoleão o Caralho! Tu queres é que eu te vá ao CÚ!"

Sonho

Ontem sonhei com duas raparigas que vendiam frasquinhos vazios. As tipas vestiam de flor e eu estava a passar quando, de repente, me vidrei na simplicidade de uma delas. Era Verão mas eu estava com frio e senti um arrepio característico. Recordo um olhar inocente de sorriso tímido ornamentado com estrelinhas no cabelo e bandolete verde escuro. Entretanto acordei com a imagem da rapariga mais alta a acenar enquanto mostrava um dos frascos sem nada.
Mas que raio?

sábado, maio 12, 2007

Busto Branco Napoleão

O que realmente o tipo precisava era de apanhar ar fresco. Saiu de cabeça ainda quente fugindo a um ambiente igualmente complexo de pessoas e discussões estranhas. Foi simples a forma como se relacionou com a tranquilidade nocturna onde o vento traz calma e fomenta inspiração. O embaixador estaria preocupado com a forma como iria abordar a sua esposa. Este andava já há semanas para lhe contar a sua intenção de a possuir por trás. É perfeitamente compreensível a dificuldade de revelar esta intenção meramente carnal e ao mesmo tempo descomplexada do ponto de vista social. Ao passar por uma superfície comercial da região de Luanda o senhor embaixador pára e repara na montra que mostra a postura esbelta e superior de Busto Branco Napoleão. Este símbolo perfeito seria o melhor trunfo para conquistar a mulher e lhe dar a confiança necessária à divulgação da sua “intenção reprovável”. Espera pelo dia seguinte e compra por 10.000 kwanzas o Busto que o iria salvar. Posiciona-o na mesa da sala de estar para que a sua mulher o visse facilmente e parte para o trabalho de postura confiante. Ao chegar a casa desenvolve-se o seguinte diálogo:

Mulher – Afonso… temos o Busto Branco Napoleão em casa !!!

Embaixador – Busto Branco Napoleão o caralho!!! Tu queres é que eu te vá ao CÚ!

quarta-feira, maio 02, 2007

Nunca mais vou ser o mesmo...

Decorria a tarde do feriado do 1º de Maio. Encontrava-me a estacionar o carro perto de casa, quando deparo com um miúdo a andar de trotinete. Situação perfeitamente normal, que deixou de o ser quando o próprio (o miúdo da trotinete) parou e começou a olhar para mim com cara de caso.
"Querem ver que eu já bati com o carro na parede ou mesmo na trotinete do gaiato?" pensei eu para comigo.
Saio do carro e o miúdo sempre a insistir em não tirar os olhos de mim. Nisto pergunta-me:
- "O senhor é do programa?"
Respirei de alívio pensando: "Afinal o gajo reconheceu-me do Quem Quer Ganha!".
Calmamente retorqui-lhe:
- "Do programa, qual programa?"
- "O senhor não é do programa da Bela e Do Mestre?
O mundo parou, eu gelei e só consegui emitir um sorriso amarelo e balbuciar:
- "Achas mesmo que sim?"
- "Sim!! Você é igual!"
Virei costas e prossegui rumo a casa, de cabeça baixa! O miúdo continuou a andar de trotinete feliz da vida que tinha encontrado uma pessoa do programa da TVI.
Hoje no conforto do meu sofá penso no que me aconteceu... A minha vida já vai rumar de outra forma, pois fui confundido com um elemento desse programa dantesco. As imagens surgem na minha cabeça: serei mais parecido com o elemento Mestre Y, com a elemento Bela X, com o Jurí J, com o Apresentador Z??? Que visão do inferno!


segunda-feira, abril 23, 2007

Mas porquê?

Já pensaram no porquê da Terra ser redonda? Eu ainda não...

sexta-feira, março 30, 2007

Estou curado


Quem me conhece sabe ou tem relativa consciência das minhas opiniões acerca das mamas das raparigas. Quantos comentários grotescos foram já pronunciados em prole de tamanha e preciosa maravilha humana que produz leite materno útil nos primeiros dias de vida de um mamífero.
Em relação a este assunto amigos, tenho novidades! Já não sou o "fala barato" do costume que promove em voz alta seios que passam na rua, mesmo que venham todos de fora.
Há dias apercebi-me que ultimamente já não dou importância às maminhas das miúdas. Para mim não passam de massa corporal vulgar com interesse relativo e específico. Tenho olhos na cara e vejo como qualquer pessoa, no entanto não manifesto o mesmo comportamento que outrora me tornava numa pessoa rude e desequilibrada do ponto de vista ético e social.
Perguntam vocês o que se passou comigo. Muito simples amigos, muito simples... Neste momento ando obcecado por cús. Reparo muito mais nos cús das raparigas (parte do corpo que nunca notei muito). Eu sei que pode parecer doentio, mas assumo sem preconceito ou vergonha que já pronunciei "olha-me pr'á'quele cu" com a convicção e inoportunidade que me caracterizam.
Despeço-me de todos vós com os votos de que tenham muitos bons cús na vossa vida.

quinta-feira, março 22, 2007

Dúvida de semântica..

Estimados, gostaria de saber como se deve escrever, dizer, pensar ou agir na seguinte situação:

Um casal em pleno acto sexual...

a) o homem encontra-se a foder a mulher?

b) a mulher encontra-se a foder o homem?

c) encontram-se os dois a foder um ao outro?

d) ora fode um, ora fode outro?

e) encontram-se os dois com a ilusão que são eles que estão a foder, mas na prática nem um nem outro fode?

sábado, março 17, 2007

Coelhinho Azul

Venho abertamente assumir que vi um coelhinho azul. pergunto se estarei maluco por isso...

sexta-feira, março 09, 2007

Veneranda Língua

Veneranda língua
que fazes trombada
que chupas na cona
da mulher amada

Veneranda língua
penetras em grutas
gostas de pachachas
de ladies e putas

Veneranda língua
que sabes a mel
usas brilhantina
não gostas de gel

Veneranda língua
húmida paixão
és tão decadente
pareces um cão

Veneranda língua
força de cacete
tu és uma diva
a fazer minete

Dick Hard

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Faz-me espécie

Ultimamente tenho pensado com relativa profundidade psicológica numa questão que a exaustão me leva a admitir. A minha mãe provavelmente começaria com uma abordagem alusiva a uma expressão muito comum, "faz-me cá uma espécie". Como ser paradigmático que sou gosto de olhar as questões de diferentes pontos de vista e discuti-las convosco. Porque não? Escrevo-vos enquanto olho para o centro das minhas duvidas, quando olho para tudo aquilo que me tem preocupado. Olho para um copo vazio sujo de sumo de morango no fundo e nas bordas. O assunto remonta aos tempos em que eu tinha tempo para viver fora do trabalho. Houve um dia em que me deu vontade de beber um sumo de morango num copo. Sim, digo num copo porque muitas vezes bebo directamente da garrafa por razões que se prendem fundamentalmente pelo sentido pragmático. A partir desse dia até hoje já passaram 4 dias ou 5 e o copo ainda ali está longe do seu armário e dos outros copos amigos. Será que esta entidade sofre? Basicamente a questão que me preocupa é esta. Vivo atormentado por não ouvir a voz da minha mãe ao ouvido a dizer, "Não querido. O copo não está vivo". Vocês podem pensar que por o copo estar "morto" não há problemas. O copo não sente e não vê. É como se não existisse! Eu não penso assim. Eu olho para o fundo da minha secretária e vejo uma entidade esquecida, suja, ao abandono, onde, sinestesicamente, consigo cheirá-la a mofo e a podridão desintegrante.
Pelo sim pelo não vou lavá-lo e arrumá-lo no armário perdendo-se assim a questão pertinente que nos levaria à loucura muito provavelmente.

sábado, janeiro 27, 2007

O trauma do bengaleiro



Venho apresentar-vos a minha preocupação natural para com o aparente desconhecimento geral que existe na comunidade lisboeta em relação ao local de consumo de peças decorativas ou, neste caso mais especifico, de bengaleiros. Não são bengaleiros de parede nem de porta nem de casa de banho. São simples peças em forma de candeeiros de sala que servem bastante bem para fazerem esquecer durante algumas horas um casaco futuramente útil.
Devo admitir que vivi com alguma carga apreensiva a minha má experiência em relação a este assunto. Andei mais de 2 semanas à procura de uma destas peças pelas lojas de decoração e ninguém tinha, ninguém sabia e ninguém usava. Recorrentemente sofro deste sentimento de secret society onde a malta vive de forma harmoniosa mas que por inveja ou simplesmente por código de conduta para com a classe esconde estes saberes e estas trivialidades que à luz de um alucinado se tornam autênticos pesadelos e dramas sociais a uma escala relativamente adequada.
Neste momento já adquiri um bengaleiro deste tipo para o meu quarto. Por código de conduta à classe que vos falo não vou revelar nem o preço, nem o modelo, nem onde o comprei, nem mais nada. Se querem um que sofram como eu sofri seus bexigosos!

sábado, janeiro 20, 2007

(re)animação

O blog tem andado em baixo!

Todos temos reparado que ultimamente o blog se tem queixado de falta de actividade.
Sim! Tomei a liberdade de procurar a cura e.... falei com uma enfermeira amiga que logo se prontificou a prestar serviços.
Após intensas auscultações, exames rigorosos a cada nervo, eis que o blog se encontra rijo como um pêro, são e salvo.
Tudo graças àquela espantosa especialista, a qual não revelo o nome para manter o anonimato, que lhe conseguiu extrair o "mal".