segunda-feira, dezembro 03, 2007

O Funil da Vida

Caros companheiros desta estrada que é a vida. Permitam-me esta aproximação paternalista e filosófica para ajudar na introdução de um assunto delicado que tenho, felizmente ou infelizmente, pensado ao longo destes últimos meses de trabalho. Devo confessar que o café de hoje com o meu colega e amigo Nabais me ajudou a formular uma teoria baseada naquilo que se passa ao longo da vida das pessoas sem que elas se apercebam de forma activa.

Apercebi-me, caros companheiros, que afinal nós vivemos todos dentro de um grande funil. À medida que avançamos nele vamos obtendo coisas, ganhando novos objectivos, vencendo batalhas e ao mesmo tempo vamos ganhando o medo de arriscar porque podemos perder tudo o que ganhamos. Este medo faz com que o nosso caminho fique mais estreito como se pode ver pela análise da seguinte figura.

O estreitar do caminho traz-nos menos graus de liberdade, menos criatividade, menos imprevisibilidade, mais responsabilidades e consequentemente menos tempo para vivermos de forma harmoniosa e livre como seres racionais e livres que somos. As obrigações e as conquistas vão tornando o ser humano escravo em manter a sua condição que foi criada muito por culpa das pressões que a sociedade lhe impõe sob a forma de valores (coisa típica das civilizações ditas evoluidas).

Venho por este meio alertar aqueles que, como eu, ainda se encontram no topo do funil. A estes espero que sigam o seu caminho com sentido critico. Com sentido de liberdade e ao mesmo tempo de responsabilidade. Acima de tudo peço-vos que não tenham medo de arriscar. O funil é tudo o que nos resta se vivermos uma vida regular e sem surpresas.


Miguel Malato - 3/12/2007